sábado, 14 de agosto de 2010

Ela vem, discretamente, tão cristalina... o sabor similar ao gosto do mar.
Tão pequenina e ingênua, mas ao mesmo tempo tão pesada.
Um peso que só é suportado pelo peito, guardião da dor.
Uma dor sofrida silenciosamente.
Chega na calada e se faz refém do sentimento incontrolado.
Escorre pelo rosto amarga e compulsivamente.
Borra as folhas do caderno e mancha de ilusão aquilo que um dia se fez esperança.
Luta com as mãos que se movem com agilidade e presteza para escondê-la.
É mais forte, corre como a chuva e constrói uma tempestade nos olhos.
Olhos esses que nunca se matêm secos.
Estende-se para a boca num soluçar constante;
um gemido magoado e quase ininteligível.
Uma pontada de dor é solta,
fazendo com que tudo o que restara fosse liberado, como uma corrente quebrada.
Ainda tento lutar contra meus impulsos...
mas já não consigo mais disfarçar, estou chorando.

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